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'...Mamãe quando eu crescer
eu quero ser rebelde,
Se conseguir licença
do meu broto e do patrão...'
Calço o All Star vermelho,
Bebo uma dose do mundo
No jornal.
Olho-me fundo no espelho,
Vejo só contradição.
Eu disfarço o egocentrismo,
Simulo um heroísmo,
Engano a solidão.
Levanto o muro de Berlim
Releio os manifestos:
Tenho dúvidas ou protestos?
Desejo um teorema que destrua esse dilema,
Algo de palpável fim.
Minto que eu temo
Pelo vício do futuro:
Ganância, fome, falta de esperança,
Palavras de cunho social.
São só lapsos de exagero
Frutos do meu destempero,
Tal e coisa, natural.
Sou um prédio de egoísmo,
Alicerce de fraqueza,
Fortaleza é a tinta
Que mascarei a construção.
Protejo-me com grossas cortinas
Panos vermelhos de sangue e de ferro?
Os fantasmas eu desenterro
Nunca peço perdão.
São cortinas os meus cabelos,
Brilhantes panos:
Vermelhos.
Apagando os olhos fracos,
Escondendo a escuridão.
Tranco as portas do altruísmo,
O caminho é o abismo.
Só o eu é que interessa,
Liberto a mente dispersa,
Cubro-me de atenção.
Sou alguém bem desprezível
Diluída em comunismo
Moléculas de pretensão
Caráter amoral.
Como o alvo que critico
E os poemas que publico
Nas longas páginas
De Jornal.
Frida