Anoitece e Frida vem reclamar meu ser. Me invade sem respeito nem cuidado e me revira por dentro. São estes os dias que me empresto a ela.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O sol



‘... Desenho toda a calçada,
Acaba o giz, tem tijolo de construção.
Eu rabisco o sol que a chuva apagou... ’
Renato Russo

Se o sol não levantar,
Eu o rabisco no chão.
Minha calçada está vazia,
É ausente o meu dia,
Estação de ventanias,
Minha preferida canção.

Se eu um dia eu vi o sol,
Ele se foi quando choveu.
A tal calçada eu desenho,
A aquarela eu já não tenho,
Aqueles filmes eu resenho,
Relembro o sol que era meu.

Mesmo que o céu escureça,
E de mim esse sol se esqueça,
Eu rabisco outra vez.

Sinto o sol se apagando,
O mau tempo vem chegando,
O verão me refez.

O meu sol já vai embora,
E me pede pra deixar?
Se não vejo a aurora,
Já nem posso brincar lá fora,
Então volto a rabiscar.

O Renato me sorri.
A canção chega ao seu fim.
Ele diz que é sempre assim:
Eu desenhando, ele a cantar.

Frida.

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