Escrevo para me conhecer e entender o que me é desconhecido. Acredito na força das palavras. Cada personagem que crio, um mundo novo de sensações me domina. Assim, nos tornamos amigos pela eternidade porque são eles que me constroem aos pouquinhos. Frida é a porta voz para o mundo. Meu grito. Através dela eu demonstro meus segredos mais complexos nunca revelados. Tudo que for daqui tirado deve ter meu nome ou o dela. Tainá
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Jornal
'...Mamãe quando eu crescer
eu quero ser rebelde,
Se conseguir licença
do meu broto e do patrão...'
Calço o All Star vermelho,
Bebo uma dose do mundo
No jornal.
Olho-me fundo no espelho,
Vejo só contradição.
Eu disfarço o egocentrismo,
Simulo um heroísmo,
Engano a solidão.
Levanto o muro de Berlim
Releio os manifestos:
Tenho dúvidas ou protestos?
Desejo um teorema que destrua esse dilema,
Algo de palpável fim.
Minto que eu temo
Pelo vício do futuro:
Ganância, fome, falta de esperança,
Palavras de cunho social.
São só lapsos de exagero
Frutos do meu destempero,
Tal e coisa, natural.
Sou um prédio de egoísmo,
Alicerce de fraqueza,
Fortaleza é a tinta
Que mascarei a construção.
Protejo-me com grossas cortinas
Panos vermelhos de sangue e de ferro?
Os fantasmas eu desenterro
Nunca peço perdão.
São cortinas os meus cabelos,
Brilhantes panos:
Vermelhos.
Apagando os olhos fracos,
Escondendo a escuridão.
Tranco as portas do altruísmo,
O caminho é o abismo.
Só o eu é que interessa,
Liberto a mente dispersa,
Cubro-me de atenção.
Sou alguém bem desprezível
Diluída em comunismo
Moléculas de pretensão
Caráter amoral.
Como o alvo que critico
E os poemas que publico
Nas longas páginas
De Jornal.
Frida
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Incrível ! Parabéns !
ResponderExcluirMuito lindo Tainá. :-) Adoro sua Frida...
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