
"...Abrindo as portas pro seu elefante branco entrar
Contando as desformes formas que tenho pra estar
Quem sou que não mais quer ser pincel pra pintar
As coisas estranhas que penso e sou mais tarde
E as tantas histórias que empilham palavras na estante..."
Então um dia ela o beijou
Interrompeu uma fala comedida
E pediu pra que ficasse um tempo a mais
Ela já não era imprecisa
Como fora há um tempo atrás
Ele disse: “Só queria te ouvir.”
E tremia ao telefone
Ela o disse em baixo tom
Que ele a fazia sorrir
Quando transmutava seu pequeno nome
Ele a pintava da coragem
Que acreditava que ela tinha
E tímido confessava ter medos
Ouvindo inúmeras bobagens
O temer dela em ser sozinha
Quando ela chorando, assumia seus defeitos
Ele quis fazer de tudo um pouco
Ela ria e ele se achava bobo
Pensou em gritar pro mundo todo
Nem teve medo de ficar rouco
Viver parecia tão fácil
Quando ele ouvia suas desventuras
Ela sentia tanto detalhe seu reparado
E narrava sua falta de tédio
Como num dia um tanto quanto desastrado
Disse a ela numa sinceridade sem remédio
“Posso dizer que estou apaixonado!”
Frida